Relação médico e paciente
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De acordo com o Anuário da Cannabis Medicinal de 2024 produzido pela Kaya, + 672 mil pessoas são pacientes de cannabis medicinal no Brasil. Isso porque só estamos falando de cannabis, mas quantas pessoas se consulta, por dia, com um médico? É crucial manter uma boa relação médico e paciente. 

Ainda que os profissionais da saúde já tenham esse entendimento durante a sua formação, na hora da prática é bem diferente – isso porque cada paciente apresenta um tipo de personalidade, de patologia e histórico. Vamos explicar como os médicos podem manter uma boa relação com os pacientes durante as consultas, além do contato no período do tratamento. 

O que é relação médico e paciente? 

A relação médico e paciente é a interação entre o profissional da saúde e o indivíduo que busca cuidado ou tratamento. Essa relação deve ser construída com base em confiança, respeito e comunicação clara, criando um ambiente no qual o paciente se sinta confortável para compartilhar suas preocupações, histórico de saúde e preferências de tratamento. 

No contexto médico, essa relação envolve não apenas a prescrição de medicamentos e tratamentos, mas também a escuta ativa e a consideração das necessidades emocionais, psicológicas e sociais do paciente. Para que essa interação seja eficaz, é crucial que o médico tenha habilidades interpessoais, além do conhecimento técnico, para lidar com diferentes pacientes e suas peculiaridades. 

Quais os tipos de relação médico e paciente? 

Existem diversos tipos de relação médico-paciente que podem ser observados ao longo da prática médica. Esses tipos podem ser classificados de acordo com a forma como o médico se comunica e envolve o paciente no processo de decisão sobre o tratamento. 

Relação médico e paciente
  1. Relação paternalista 

O médico assume um papel de autoridade, tomando decisões pelo paciente, sem envolvê-lo ativamente no processo de escolha do tratamento. A comunicação tende a ser unidirecional, com o médico fornecendo informações ao paciente, sem solicitar ou considerar muito a opinião ou preferência dele. 

Essa abordagem, embora comum no passado, tem sido cada vez mais criticada, especialmente em contextos onde a autonomia do paciente deve ser respeitada. 

  1. Relação informativa 

O médico fornece ao paciente todas as informações necessárias sobre o diagnóstico e as opções de tratamento, permitindo que o paciente tome as decisões de forma independente. 

Aqui, o médico assume o papel de educador, compartilhando dados e esclarecendo dúvidas, mas sem influenciar diretamente a escolha do paciente. Esse tipo de relação é comum em contextos em que o paciente tem mais controle sobre sua saúde e deseja estar totalmente informado. 

  1. Relação consultiva 

Essa abordagem é uma combinação das duas anteriores, na qual o médico oferece informações e orientações ao paciente, mas também considera suas preferências e desejos ao tomar decisões sobre o tratamento. 

A comunicação é bidirecional, e o médico respeita a autonomia do paciente, considerando suas escolhas dentro das possibilidades de tratamento. Esse modelo é bastante adequado para o acompanhamento de doenças crônicas e tratamentos personalizados, como o uso da cannabis medicinal. 

  1. Relação emancipatória 

Nesse modelo, o médico e o paciente são parceiros na decisão sobre o tratamento. O objetivo é empoderar o paciente para que ele tenha um papel ativo no manejo da sua saúde. O médico age como um facilitador do processo de escolha, ouvindo as preocupações do paciente e ajudando a avaliar as melhores opções, sempre respeitando suas preferências e valores. 

A relação emancipatória é particularmente relevante em contextos modernos de saúde, onde o paciente busca maior autonomia e controle sobre seu tratamento, como acontece com o uso de terapias alternativas. 

Questões éticas na relação entre médicos e pacientes 

A ética médica é um componente essencial em qualquer tipo de relação médico e paciente. A atuação do médico deve sempre ser guiada por princípios éticos, com o objetivo de garantir que o paciente tenha seu bem-estar preservado e que sua autonomia seja respeitada. Alguns pontos éticos fundamentais que devem ser considerados na relação médico-paciente incluem: 

  • Autonomia do paciente: Envolve o reconhecimento de seu direito de tomar decisões sobre seu próprio corpo e saúde. O médico deve fornecer todas as informações necessárias para que o paciente possa tomar decisões informadas sobre o tratamento. 
  • Confidencialidade: Garante ao paciente que suas informações pessoais e médicas serão mantidas em sigilo. Essa confiança é fundamental para estabelecer uma boa relação, especialmente quando se trata de tratamentos considerados sensíveis ou alternativos, como a cannabis medicinal. 
  • Beneficência e não maleficência: O médico deve agir sempre para o benefício do paciente, buscando os melhores tratamentos e minimizando os riscos. O princípio da não maleficência, que preconiza “não causar dano”, é igualmente importante.  
  • Justiça: Todos os pacientes devem ser tratados com imparcialidade, independentemente de suas condições sociais, econômicas ou culturais.  

Dicas para melhorar a relação com o seu paciente 

Estabelecer uma boa relação com o paciente é um processo contínuo que exige empenho, paciência e respeito. Aqui estão algumas dicas práticas para melhorar essa relação, especialmente no contexto da prescrição de cannabis medicinal. 

1. Tenha uma escuta ativa 

A escuta ativa envolve prestar atenção plena ao paciente, mostrando interesse genuíno por sua história e preocupações. Isso cria um ambiente de confiança, onde o paciente se sente à vontade para compartilhar informações importantes sobre sua saúde. 

Ao conversar com o paciente, interrompa menos, faça perguntas abertas e reflita sobre o que foi dito para garantir que você compreendeu corretamente. Mostre empatia ao reconhecer as emoções do paciente, especialmente em tratamentos novos ou alternativos, como a cannabis medicinal. 

2. Mantenha-se atualização e aplique a educação continuada 

A educação médica e o esclarecimento das opções terapêuticas são essenciais para garantir que o paciente tome decisões informadas. No caso da cannabis medicinal, muitos pacientes podem ter dúvidas ou preconceitos sobre o uso da planta

Explique de maneira clara e acessível como a cannabis pode ser utilizada, seus benefícios, riscos e limitações, baseado nas evidências científicas disponíveis. Esse tipo de diálogo ajuda a diminuir o estigma e aumenta a adesão ao tratamento. 

3. Respeite a autonomia e escolhas do paciente 

Respeitar a autonomia do paciente significa dar-lhe o poder de participar ativamente do processo decisório sobre seu tratamento. Ofereça opções de tratamento e discuta as possíveis alternativas, ouvindo as preferências do paciente.  

4. Tenha uma comunicação clara e empática 

A comunicação eficiente é um dos maiores pilares para uma boa relação médico e paciente. Falar de forma clara, sem jargões médicos, e com empatia, cria um ambiente de compreensão e confiança. 

Ao discutir um tratamento com cannabis medicinal, por exemplo, evite termos técnicos excessivos e foque em informações práticas que ajudem o paciente a entender o processo de forma simples. Utilize a empatia para se conectar com o paciente, reconhecendo suas preocupações e emoções. 

5. Atenção ao aspecto psicológico do paciente 

O acompanhamento psicológico é uma parte importante do cuidado integral ao paciente, especialmente quando ele está lidando com doenças crônicas ou tratamentos que alteram seu cotidiano. Sempre que necessário, encaminhe o paciente para apoio psicológico.  

6. Mostre confiança e transparência com o paciente 

Questões éticas

Para que o paciente confie em você, é importante ser transparente e honesto sobre as limitações e os riscos dos tratamentos propostos. 

 Seja claro sobre o que a cannabis medicinal pode oferecer, assim como suas possíveis consequências. Jamais faça promessas que não possam ser cumpridas, e deixe claro que a terapia será monitorada de perto para avaliar sua eficácia e segurança. 

A construção de uma relação sólida entre médico e paciente não é apenas uma questão de técnica, mas de humanidade. Ao aplicar essas práticas, o médico não só promove a adesão ao tratamento, mas também garante que o paciente tenha um cuidado mais completo e centrado em suas necessidades. 

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